PROJETO FiOANTAR
Projeto em parceira com a FioCruz e Marinha Brasileira. A Life participou do projeto cedendo equipamentos especializados e administrativo.
Fiocruz divulga relato da primeira expedição Fioantar
O grupo de cientistas da terceira fase da 38º Operação Antártica Brasileira (Operantar) foi composto por seis pesquisadores e dois profissionais de comunicação da Fiocruz. Eles se prepararam e se planejaram durante um ano para enfrentar todas as possíveis situações que poderiam surgir durante a viagem. Essa fase ficou marcada pela queda e desaparecimento do avião da Força Aérea Chilena Hércules C- 130 no dia 9 de dezembro no mar entre o Chile e a Antártica.
O navio polar Almirante Maximiano desviou sua rota indo até a região do acidente, para ajudar nas operações de busca e salvamento. Com isso, o trabalho de pesquisa foi interrompido e o grupo teve apenas uma oportunidade de coletar materias para pesquisas e pôr em prática a metodologia desenvolvida por eles. Todos os materiais provenientes dessa coleta serão analisados no laboratório da Fundação Antártica Comandante Ferraz para identificação de microrganismos. O objetivo é identificar ameaças e oportunidades entre vírus, bactérias, fungos e helmintos que circulam no continente antártico.
Foi enviado um novo grupo de Fundação, que já está na Antártica praticando os ensinamentos do primeiro grupo após reuniões e avaliações.
No contexto antártico, dentro do navio a cooperação é o cotidiano da pesquisa. Diferentes grupos dividem o espaço e refeições, precisam conviver e negociar seu trajeto e logística. Por passarem muito tempo juntos e conhecendo pessoas de diferentes áreas de estudo as equipes aprendem coisas novas e diferentes. “Essa é a vantagem de estar no navio, você convive com áreas novas, você aprende coisas diferentes”, comenta Túlio.
Vigilância em saúde
O objetivo de levar a expertise da Fiocruz para a Antártica
O objetivo de levar a expertise da Fiocruz para a Antártica que reúne uma equipe multidisciplinar de dez laboratórios da instituição é fornecer ao Sistema Único de Saúde (SUS) informações que podem aumentar a eficácia e contribuir para uma vigilância sanitária de ponta. “Estima-se que cerca de 60% das doenças que atingem o ser humano têm origem em animais”, afirma Fernando do Couto Motta.”
Há a chance dos microrganismos identificados na Antártica terem um potencial biotecnológico. Esses organismos – chamados de extremófilos – desenvolveram características únicas que podem ser usadas para produzir insumos a saúde.
Outra questão que os cientistas se preocupam são os efeitos das mudanças climáticas. “As mudanças climáticas têm um impacto muito grande. Com o degelo do permafrost, temos novos lagos e ecossistemas se formando. Alguns microrganismos que estavam congelados podem ser descongelados e isso pode ser um risco. Já vimos isto acontecer no Ártico, com o Bacillus anthracis. Além disso, outra questão importante é como estes microrganismos estão reagindo à exposição aos raios UV.”conta Wim.